Baratas

Existem várias razões para não gostar de baratas: seus corpos achatados, asas duras, pernas que se movimentam rápido e longas antenas que balançam. Como as baratas comem lixo e restos, elas podem espalhar bactérias como a salmonela e a shigella de um lugar para o outro. Quando elas andam, deixam rastros de fezes, que utilizam para encontrar o caminho de volta. Além de serem espessos, esses rastros podem causar manchas e odores. As proteínas na saliva e nos restos da barata também podem causar alergias e agravar a asma.

As baratas não só assustam como também podem ser responsáveis por alergias ou por agravar a asma.

As pessoas também odeiam baratas porque pode ser extremamente difícil acabar com elas. Uma razão é seu comportamento natural. Elas se reproduzem rapidamente e são difíceis de matar. Como elas são noturnas, muitas pessoas não percebem sua presença até que sejam tantas que acabaram sem lugares para se esconder. As baratas são particularmente boas para se esquivar e fugir de sapatos, jornais e outras armas, e várias espécies se tornaram resistentes aos inseticidas.

Das 4 mil espécies de baratas que existem no mundo, porém, apenas algumas infestam casas e pontos comerciais. Essas espécies incluem:

  • Blatella germanica, a barata alemã;
  • Periplaneta americana, a barata norte-americana ou barata de esgoto;
  • Supella longipalpa, a barata de listras marrom;
  • Blatta orientalis, a barata oriental.

Na verdade, em muitas partes do mundo apenas uma espécie – a barata alemã – é responsável pela maioria das infestações. Infelizmente, as pessoas têm uma boa parte da culpa por essa prevalência mundial. A maioria das pragas de baratas se espalhou pelo planeta pegando carona em barcos, aviões, caminhões a até mesmo em caixas de mudança e sacolas de supermercado.

Parentes mastigadores

As baratas estão relacionadas com outros tipos de insetos que, da mesma forma, são úteis em algumas situações e prejudiciais em outras.

Os louva-a-deus comem uma série de insetos de praga e podem até serem usados para o controle de pragas. Eles também comem, insetos úteis, inclusive outros louva-a-deus, sapos pequenos e beija-flores.

Os gafanhotos digerem as plantas e adicionam nutrientes ao solo, muito parecido com os cupins. Em números grandes, no entanto, eles podem destruir plantações de alimentos e campos de pastagem.

Os cupins, seus parentes mais próximos, podem destruir as casas e as propriedades das pessoas. Nas matas, porém, a digestão de madeira e celulose cria nutrientes para a vida das plantas. Os cupins também servem de comida para mamíferos, répteis e outros insetos.

Enquanto a Blatella germânica e algumas outras espécies são perturbadoras, a maioria das espécies de baratas geralmente cuida da própria vida. Muitas baratas vivem em áreas quentes e tropicais e se alimentam de madeira e folhas decompostas. Elas ajudam a decompor esses restos orgânicos. Durante o processo, elas adicionam nutrientes ao solo por meio de seus restos. Elas também são uma fonte de comida para pequenos répteis e mamíferos. Em outras palavras, apesar da reputação ruim, as baratas são uma parte importante de muitos ecossistemas.

Não importa se estão digerindo madeira decomposta em uma floresta tropical ou se escondendo debaixo de uma geladeira, as baratas são fascinantes. Elas são insetos primitivos – existiam milhões de anos antes dos dinossauros e evoluíram muito pouco desde essa época. Apesar de sua natureza imutável, elas sobreviveram quando outras espécies não conseguiram. Por exemplo, os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos, mas as baratas prosperaram por 320 milhões de anos. Vamos dar uma olhada a seguir nas características físicas por trás dessa misteriosa sobrevivência.

Tracy V. Wilson. “HowStuffWorks – Como funcionam as baratas”. Publicado em 19 de dezembro de 2006 (atualizado em 16 de julho de 2008) http://ciencia.hsw.uol.com.br/barata.htm (20 de outubro de 2009)

Formigas

As formigas que vivem no subsolo criam túneis que permitem a circulação de ar pela terra, e isso torna a terra mais produtiva e beneficia a agricultura. Algumas espécies de formigas matam insetos nocivos que destroem plantações. Muitas espécies de formigas são nocivas; invadem casas e armazéns em busca de comida e podem destruir plantas, incluindo safras alimentícias. Inseticidas químicos são usados para matar formigas.

A maioria das formigas têm corpos lisos, ainda que algumas apresentam projeções espinhosas. As formigas têm fortes mandíbulas adaptadas para matar, esmagar, mastigar, cortar ou dilacerar, dependendo da espécie e daquilo que ela coma. Algumas espécies de formigas dispõem de glândulas que produzem ácido fórmico, um forte ácido que pode ser lançado contra inimigos, causando queimadura ou coceira. Muitas formigas dispõem de ferrões que contêm veneno, e algumas, como a formiga lava-pés e a colheitadeira, podem infligir picadas dolorosas e ocasionalmente fatais aos seres humanos e outros animais.

Por que as formigas têm cinturas finas? As formigas têm cinturas finas para que possam mover as porções separadas de seu corpo com mais liberdade em passagens estreitas. Isso permite que elas se contorçam em diferentes direções, característica importante para o movimento em um formigueiro.

Elas têm três porções principais de corpo: cabeça, tronco e o abdômen. Os olhos, antenas e mandíbulas da formiga ficam em sua cabeça. Afixadas ao tronco, existem seis pernas segmentadas. Cada perna dispõe de um pé com duas garras. As garras se aferram à terra, cascas de árvore ou folhas, de modo que as formigas podem caminhar, galgar e escavar rapidamente. As formigas também são fortes. Muitas delas são capazes de erguer pesos 50 vezes superiores aos de seus corpos.

O abdômen tem duas partes – a cintura e o gáster. Os órgãos que cuidam da digestão, da eliminação de dejetos e da reprodução ficam no gáster. Algumas espécies de formigas têm um ferrão no extremo do gáster como defesa contra outros insetos.

Onde vivem as formigas? Existem cerca de 10 mil espécies de formigas. Por isso, não surpreende que as formigas, como milhões de outros insetos sociais, vivam em todo o mundo, exceto nas regiões mais frias. De fato, as áreas com climas mais úmidos e quentes abrigam o maior número de formigas e outros insetos.

As florestas tropicais apresentam grande riqueza de insetos. Se todos os animais que habitam a selva amazônica fossem pesados, muitos cientistas acreditam que formigas e cupins responderiam por um terço do peso total.

As formigas apresentam forte capacidade de sobrevivência. Elas apresentam diferentes formas de vida que permitem que vivam em diferentes habitats. E seu pequeno tamanho lhes torna fácil encontrar alimento e abrigo.

Sentidos O sentido mais desenvolvido da formiga é o do faro. As formigas dispõem de glândulas abdominais que excretam diversos feromônios, substâncias químicas que causam reações específicas da parte de outros indivíduos. Os feromônios atuam como alarme, como forma de atração sexual e como marcadores de caminhos, e ajudam indivíduos a se reconhecer. As formigas têm um senso bem desenvolvido de paladar, e são capazes de distinguir entre sabores amargos, doces, azedos e salgados. Elas também têm um senso de tato desenvolvido. Os receptores tácteis se localizam nos pés e nos pêlos da perna. As antenas são usadas para determinar cheiro e sabor, e para tocar objetos. Algumas espécies de formigas apresentam olhos compostos e visão bem desenvolvida, enquanto outras têm olhos simples que só podem distinguir entre claro e escuro. Existem algumas espécies de formigas cegas.

“HowStuffWorks – Como funcionam as formigas”. Publicado em 29 de janeiro de 2009 (atualizado em 02 de março de 2009)http://ciencia.hsw.uol.com.br/formiga1.htm (20 de outubro de 2009)